sábado, 22 de setembro de 2012

Podemos Perder a Salvação?




Já de cara, a resposta é não. A doutrina arminiana, ou pior, a pelagiana é tão impregnada no brasileiro que a doutrina Bíblica da soberania de Deus sobre a salvação do homem é algo que chega até a ofender algumas pessoas acostumadas a acreditar que o ser humano é “dono de si mesmo” e Deus “repeita nosso ‘Livre Arbítrio’”.
 Bom, Livre Arbítrio é assunto para outra postagem, mas a realidade sobre a nossa salvação é MUITO boa. 
Se a salvação estivesse em nossas mãos, em nossa vontade de fazer o que Deus manda, vamos falar a verdade, já a teríamos perdido faz muito tempo, né? 
E como Deus é totalmente Santo e Justo, não deveríamos recuperar de volta, mas Ele é bom e misericordioso e salva seus eleitos pela graça, e da fé como agente desta salvação, como o primeiro benefício desta salvação. Não só passamos a enxergar a Verdade sobre Deus, mas passamos a crer nesta verdade por obra única e exclusiva dEle, já que nós somos incapazes por nós mesmos de acreditar de verdade em tudo que Ele diz, o que implica obedecer o que Ele diz, mas sempre preferimos fazer as coisas do “nosso jeito”.
A má notícia é que esse “nosso jeito” não é, na extrema maioria das vezes” o jeito que Ele quer as coisas, então, não temos condições de manter a salvação por nós mesmos. A boa notícia é que Ele nos ama tanto e sua graça é tão abundante, que Ele mantém a salvação pela misericórdia que Ele tem por quem Ele se revelou através do Espírito Santo, dos que crêem no nome de Jesus e dobram seus joelhos a Ele com sinceridade de coração, com a fé que Deus dá aos seus filhos eleitos. Ele prometeu:
Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.
Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?
Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?
Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.
Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.
Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?
Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro.
Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.
Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir,
Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor. 
Romanos 8:29-39
Existem aqueles que saem da fé porque nunca foram regenerados de verdade, eram apenas “convencidos” não “convertidos”, como diz a Bíblia (Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós. 1 João 2:19), mas este é assunto para outra postagem.
Para elucidar melhor a maravilhosa notícia de que Deus cuida de nós e de nossa salvação, dos que crêem de verdade no seu nome, segue um pequeno texto explicativo:

Preservação


Entre os últimos passos na ordem da salvação está a preservação. A palavra preservação enfatiza o fato que, por causa do poder e graça de Deus, os crentes não podem perder sua salvação. Deus preserva o seu povo (Sl. 37:28: Jr. 32:40; 1Pe. 1:5). O motivo dos crentes não perderem sua salvação não é devido à sua obediência, fidelidade e esforços, mas somente à graça de Deus, que nos guarda e protege de apostatar.
O que, então, Deus preserva? Ele preserva a nova vida da regeneração que está neles, como a semente de toda a sua salvação (1 João 3:9). Ao preservar isso, ele também preserva a fé e obediência deles, de forma que continuam a crer e a guardar os mandamentos de Deus, embora imperfeitamente.
Colocando de uma forma mais simples: Deus preserva sua obra de graça em seu povo (Sl. 90:17; Sl. 138:8; Fp. 1:6).
Deus  não preserva a carne e as obras da carne! No crente a carne, suas obras, e seu domínio devem ser destruídos (Gl. 5:24). O crente não deve desejar preservar tais coisas, nem tentar preservá-las.
Faremos bem em lembrar que de acordo com essa doutrina, são os eleitos de Deus quem são preservados. Ele os preserva porque os escolheu em Cristo (Ef. 1:3, 4, 11).
Contudo, os eleitos não são preservados à parte da fé. A fé é sempre o caminho, embora nunca a razão, da salvação. 1 Pedro 1:5 ensina que os crentes são “mediante a fé… guardados na virtude de Deus para a salvação”.
Do que, então, são os crentes preservados? Eles não são preservados da tentação, da fraqueza ou de cair em pecado.
Quão importante é lembrar isso! Os crentes não são preservados de cair, mas de cair definitivamente; não da tentação, mas de serem destruídos pela tentação; não do pecado, mas do pecado para morte. Devido inteiramente à fraqueza e pecaminosidade deles, os crentes podem e de fato caem  em tentação e pecado. Mas o Salmo 37:24 nos assegura: “Ainda que caia, não ficará prostrado, pois o SENHOR o sustém com a sua mão”.
Que os crentes podem e caem é demonstrado na Escritura pelos exemplos de homens como Davi e Pedro. Que eles não podem cair definitivamente é demonstrado pela restauração desses homens.  De fato, no caso de Pedro, o Senhor deu certeza de antemão que ele não cairia definitivamente: “Disse  também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo. Mas eu roguei  por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos” (Lucas 22:31,  32).
Que obra maravilhosa da graça é a preservação!
Rev. Ronald Hanko
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto
Fonte: Doctrine according to Godliness, Ronald Hanko,
Reformed  Free Publishing Association, p. 210-11.
Texto extraído do site Monergismo

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