segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

As maçãs do Éden




 

 

O ser humano é dogmático. Em qualquer esfera, gostamos de dogmas e verdades estabelecidas. Isto nos traz segurança e conforto. Na TV sempre aparece algum artista ou celebridade comentando sobre a vida pública. E para senso comum, pessoas que estão dispostas a ter vida pública não podem se queixar de perder a privacidade por causa da fama. Será? Na mídia existe o mito que de que quando alguém se expõe tem que se sujeitar passivamente a reação das pessoas. Sério? Quem estabeleceu estas verdades?
 
Desmaterialização da arte:
Os artistas contemporâneos costumam derrubar este tipo de conclusão a golpes de martelo, abrindo espaço para questionamentos. John Cage, criou uma partitura, o trabalho 4’33″, instruindo o músico a ficar em silêncio e imóvel durante o tempo estipulado no título da obra. Em 1967, o norte americano Sol LeWitt publica “Parágrafos sobre Arte conceitual, onde atesta que a idéia é mais importante que a realização do trabalho. Enquanto isso, no Brasil , Helio Oiticica divulga no Museu de arte Moderna do Rio de Janeiro, um texto onde começa a surgir a noção de uma “arte desmaterializada”, onde o público, é o motor da obra e assume com sua negação à passividade uma posição crítica na dimensão ética e política. Falando a grosso modo: é o público que define o que será a obra de arte: uma partitura, uma obra de arte visual, um texto poético, ou outra proposta.
No mundinho gospel prevalece a mentalidade dogmática. Somos criados com ela e nos moldamos a ela. Somos ensinados a reafirmar dogmas. Não, as igrejas não ensinam a pensar, e embora o Criador nos tenha dado uma máquina de raciocinar fantástica, não há encorajamento para aqueles que se atrevem a levantar questionamentos. Elas funcionam em sua grande maioria como curso de memorização, de modo que você consegue encontrar vários cristãos que conseguem decorar enormes textos bíblicos, mas não conseguem aplicar aquelas verdades ao seu dia a dia. Nada contra memorizar textos, pelo contrário, seria lindo um momento de salmos onde os irmãos declamariam e interpretariam os salmos bíblicos e os que tem veia poética mais apurada poderiam criar seus salmos e jorrar palavra poética numa noite inesquecível, uma noite na varanda com amigos, simples, como as reuniões apostólicas da igreja primitiva. Memorizar não é um problema, é uma necessidade, mas é problema quando a palavra está na língua mas não está no coração.

Precisamos de discipuladores que lancem desafios na aula, como Jesus fazia. Jesus criava problemas e deixava os discípulos sem respostas por muito tempo para que tivessem tempo de meditar na palavra. Jesus exercia a função de provocador. O bom pastor alimentava as ovelhas como ninguém, mas não mastigava o alimento para elas.
Evangelho para consumo:
 o Evangelho está á venda. Para vender algo é preciso seduzir e agradar o consumidor, não podemos chocá-lo, provocá-lo, questioná-lo, fazê-lo pensar ou dar-lhe informações novas que o perturbem. Devemos dar-lhe mais do mesmo. O igual, com nova roupagem. O dogma é perfeito para isso, ele não assusta, não muda nada, não altera nada. Gostamos das coisas como são e queremos que tudo termine bem no final, como nas novelas e comédias românticas. Tudo já vem pronto e embalado para consumo. Só nos resta consumir. Tudo precisa ser reduzido aos padrões já estabelecidos, para não abalar nossas crenças e nossa confiança na realidade. Na mentalidade dogmática, verdadeiro e bom é o que não surpreende: é oque já se sabe, oque já se disse, oque já se fez. Mas no lugar de difundir e divulgar o Evangelho ou a cultura cristã, despertando interesse, isto torna o evangelho próprio para consumo, mas não o torna mais conhecido por isto.
Claro, todos temos dogmas de fé. Há uma verdade que é Cristo. Mas a cultura da pedrada e a cultura do escárnio fazem parte do discurso de Jesus? Um dos um dos problemas do cristianismo atual é exatamente achar que há apenas uma doutrina válida, é querer mandar fogo do céu a quem pensa diferente. Temos arminianos, calvinistas, luteranos, reformados, pentecostais, neopentecostais, todos com suas pedras na mão afirmando serem os donos da verdade. Oque me lembra o romance de Umberto Eco, O nome da rosa. No livro, os monges morrem misteriosamente e todos com o mesmo sinal: a língua negra e dois dedos da mão direita cheios de veneno. O monge investigador descobre que as vítimas encontraram uma obra perdida de Aristóteles sobre a comédia e a importância do riso para a vida humana. Descobre também que o monge guardião da biblioteca julgara que o riso era pecado, pois em sua concepção religiosa, o homem estava na terra para pagar o pecado de Adão, portanto, alegria era blasfêmia. E por este motivo, assassinou por envenenamento os copistas que ousaram ler o livro e incendiou a biblioteca. Por esta “verdade”, o monge copista matou seres humanos e destruiu livros, pois para ele, a verdade revelada por Deus é a única que importa.
As maçãs do Éden - Quando observo as igrejas e a forma como passam a informação, me lembro de um episódio ocorrido lá no jardim do Éden, onde um homem ouviu uma revelação de Deus, e transmitiu a mensagem dogmaticamente para outra pessoa. A fim de que ela não se desviasse do conteúdo original da mensagem,acrescentou umas palavrinhas. Mas este excesso de zelo e de dogma não a fez meditar naquela realidade, para que aquele ensino fosse regado pelo Espírito Santo e criasse raízes. Quando veio a serpente, então a serpente a fez pensar. E assim o homem oficializou o dogma, acreditando que fazer pensar é um perigo. Criamos as “maçãs do Éden”. De onde surgiu a “maçã” ninguém sabe, não está no texto, mas também não se pode questionar. Séculos depois, continuamos cultivando maçãs.
Terapia divina: Ignoramos a didática de Jesus, ignoramos que Deus ensinou Jó a questionar, (sem apresentar respostas). Porque aprendemos que o tema central do livro de Jó é “porque o justo sofre?” ao invés de”a importância do questionamento”? Nossa capacidade dogmática se rompe quando começamos a levantar questionamentos, este foi o tratamento de Deus para Jó: sincero, reto e temente a Deus, Jó não conhecia o criador, mas tinha dogmas que seguia à risca. Deus curou Jó de seus dogmas para restaurar sua vida. Assim as pessoas hoje estão vivendo. Acreditam que é pecado questionar a Deus, ou as instituições e pessoas que “falam em nome de Deus”. Mas por não aprenderem a questionar também não aprendem a questionar os rudimentos e sofismas deste mundo e caem na conversa da serpente geração após geração.
Enquanto isso, o Todo-Poderoso continua dizendo: “Vinde e arrazoemos”.
Que Deus quebre nossos dogmas e fortaleça nossa fé.
,
Lya Alves.
 

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Quatro razões básicas para a rejeição da doutrina da perda da salvação

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O ensino bíblico que afirma que o crente não perde a salvação é chamado tecnicamente de doutrina da perseverança dos santos. Trata-se de um dos temas principais defendidos pelo Calvinismo. Essa doutrina teve como maior oponente dentro do Protestantismo o sistema idealizado pelo teólogo holandês Jacó Armínio (1560-1609). Entre outras coisas, o Arminianismo nega a fórmula “uma vez salvo, salvo para sempre”. Ainda que esse modelo tenha sido condenado pelo Sínodo de Dort (1618-1619), muitas igrejas evangélicas modernas o adotam, sendo possível encontrar seus expoentes entre batistas, assembleianos (principalmente) e presbiterianos (surpreendentemente).

Há pelo menos quatro razões básicas para rejeitar a doutrina da perda da salvação:

1. A salvação abrange uma seqüência de ações de Deus que começa na eternidade passada e se conclui com a glorificação perene no futuro (Rm 8.29-30)

Considerando a soberania e o poder de Deus, essa seqüência não pode ser frustrada ou interrompida. De fato, na referência acima vê-se que a corrente da salvação mostra seu elo inicial quando Deus conhece de antemão e predestina aqueles a quem decide alcançar. Em seguida, ele chama e justifica essas pessoas, glorificando-as finalmente. Evidentemente, não há como quebrar esse processo, estando a salvação garantida, inclusive, pelo selo do Espírito

(Ef 1.13-14). Ademais, é absurdo conceber o Deus da Bíblia como um ser incapaz, que predestina alguém para salvar, chama-o e o justifica, mas no fim não consegue glorificá-lo.

2. A salvação implica “novo nascimento”

Jesus ensinou que o homem salvo é aquele que nasceu de novo pela fé nele, podendo agora ver o Reino celeste (Jo 3.3). Sabe-se também que quem nasce de novo se torna filho de Deus (Jo 1.12-13; 1Jo 5.1). Evidentemente, para perder essas bênçãos, o crente teria que “desnascer”. E mais: se quisesse recuperá-las teria de nascer de novo de novo. Ora, essas possibilidades não existem nas Escrituras. Nascer de novo ou ser regenerado, tornando-se filho de Deus, é experiência única e, infalivelmente, resulta na salvação do crente (Gl 3.26-29).

3. A salvação não pode ser atribuída a pessoas que professaram temporariamente a fé

Várias passagens bíblicas falam de pessoas que, participando da comunhão dos crentes, testemunharam e até experimentaram bênçãos maravilhosas, caindo, em seguida, na apostasia (Hb 6.4-6). Não é correto, porém, dizer que essas pessoas perderam a salvação. Na verdade, elas nunca foram salvas (1Jo 2.19). Isso é evidente porque aprendemos na Parábola do Semeador que a prova da fé salvadora é a perseverança (Mt 13.1-23). Quem não persevera nunca foi de fato salvo (1Ts 5.23-24; Hb 10.39; 1Pe 5.10; 1Jo 5.4-5).

4. A salvação não pode ser anulada pelo pecado individual do crente

Em 1Coríntios 5.1-5, Paulo fala de um crente que tinha envolvimento sexual com a mulher do próprio pai. Era um pecado tão grave que ele diz não ser comum nem mesmo entre os pagãos (v.1), devendo esse homem ser “entregue a Satanás” (v. 5), o que significa ser expulso da igreja (v.13). Isso, porém, não fez com que ele perdesse a salvação. Na verdade, Paulo diz que a disciplina poderia trazer a destruição do corpo, mas que o espírito daquele homem seria salvo (v.5). Ademais, em 1João 2.1, aprendemos que se algum crente pecar, isso não gera sua condenação eterna, mas sim sua defesa, feita por um “Advogado junto ao Pai: Jesus Cristo, o justo”.

Essas são apenas algumas razões pelas quais devemos rejeitar a doutrina da perda da salvação. Outros textos que falam da segurança do crente são João 10.28-29; Romanos 8.33-34; 1Coríntios 3.15 e Hebreus 7.25.


Pr. Marcos Granconato

Fonte: Igreja Redenção
Via: Teologia & Apologética

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Thabiti Anyabwile – Notas Sobre Batalha Espiritual

 

Parece-me que muitos (a maioria?) dos crentes teologicamente conservadores da Bíblia (incluindo eu) não pensam muito sobre a batalha espiritual. Talvez seja porque há alguns cristãos malucos que parecem falar apenas sobre a batalha espiritual, da maneira como alguns jovens calvinistas malucos apenas falam sobre predestinação e eleição. Ou, talvez seja porque tudo isso soe um pouco fantasmagórico ou assustador. Ou, talvez, não falemos muito sobre isso porque estamos infectados com o ceticismo do pensamento modernista e “científico”, levando-nos a desprezar “todo esse negócio de batalha espiritual”? Eu não sei. Mas eu estou pensando que, se não temos categorias para a batalha espiritual, então provavelmente estamos perdendo a batalha em alguma área de nossa vida cristã.
Mas, qual leitor do Novo Testamento pode duvidar da realidade de nossa luta no mundo espiritual? Apenas um exemplo clássico:
Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. (Ef 6:11-12)

Nossos inimigos nesta guerra

Nós temos três inimigos nesta guerra: o mundo, a carne e o diabo. Ou, porque estou me sentindo estranhamente poético: Dos meus inimigos há três — Satanás, o mundo, e eu. Estes inimigos eram e são mortais para nós:
Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais. (Ef 2:1-3)
Estes três inimigos têm uma particular relação um com outro em sua guerra contra nós. O Diabo, a antiga serpente, é “o príncipe deste mundo” (João 12:31; 14:30, 16:11). Como tal, ele governa o sistema do mundo, em um esforço para esconder a verdade sobre Deus:
Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno. (1 Jo 5:19).
Nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. (2 Coríntios. 4:4)
O mundo, sob o domínio do maligno, é um sistema de pensamentos, valores, ideias e ações que expressam uma verdadeira hostilidade e rejeição para com Deus e o seu povo. O mundo é irreconciliável com Deus — tanto que a abraçar os caminhos do mundo é unir-se ao mundo em inimizade contra Deus.
Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente. (1 Jo 2:15-17)
Assim, Satanás tem distorcido e sabotado o mundo que Deus fez, inventando um sistema que permanece irremediavelmente hostil para com o Criador. De que maneira o mundo se une para atacar o cristão? Bem, o mundo ataca seduzindo a carne do cristão, os desejos pecaminosos e pensamentos que permanecem no cristão. Deixe-me usar quatro comentários bíblicos sobre a Lei como uma ilustração:
Assim, também nós, quando éramos menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo […] Outrora, porém, não conhecendo a Deus, servíeis a deuses que, por natureza, não o são; mas agora que conheceis a Deus ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como estais voltando, outra vez, aos rudimentos fracos e pobres, aos quais, de novo, quereis ainda escravizar-vos? (Gl 4:3, 8-9)
No contexto, surpreendentemente, as referências de Paulo para “os princípios básicos do mundo” incluem a própria lei de Deus, que era o nosso professor, supervisionando-nos até a vinda de Cristo (3:23-25). O apóstolo considera a regra da lei de tocar, provar, e celebrar como parte dos princípios básicos do mundo:
Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo […] Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças (Col. 2:8, 20)
Satanás governa o mundo para atacar o cristão através de sua carne de muitas maneiras. Pela graça de Deus nós não somos ignorantes dos dispositivos do inimigo. Vou citar três. Primeiro, ele usa o mundo para conspirar com a nossa carne, cegando o cristão com um ascetismo religioso ineficaz:
Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro, segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso, se destroem. Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade. (Colossenses 2:20-23)
Segundo, Satanás usa o mundo para fortalecer nossa carne a fim de negligenciarmos o viver no/pelo Espírito de Deus:
Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado, a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. (Rm 8:3-8)
Terceiro, Satanás usa o mundo para nos cegar para o fato de que a nossa natureza pecaminosa é a raiz do nosso pecado e tentação:
Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. (Tiago 1:13-15)

Como reagir a tudo isso?

Três coisas:
Primeiro, uma vez que nossos próprios desejos e pensamentos são o campo de batalha desta guerra, devemos mortificar a nossa carne.
Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne como se constrangidos a viver segundo a carne. Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis. Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. (Rm 8:12-14)
A carne morta não pode ser uma carne tentadora.
Em segundo lugar, uma vez que o mundo conspira com a nossa carne contra Deus, devemos cultivar um ódio santo contra o sistema do mundo.
E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Rm 12:2)
Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; (1 João 2:15).
Terceiro, mortificando constantemente a carne e renovando nossa mente e afeições para com Deus, devemos tomar nossa posição contra o diabo:
Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo […] Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes… (Ef 6:10-11, 13-14)
Claro, tudo isso só é possível se Cristo Jesus, o Filho de Deus for a nossa Vitória e nossa esperança for naquele que esmagou a cabeça da serpente (Gn 3:15), que trouxe o julgamento contra o mundo e derrotou o seu príncipe ( João 12:31), e pelo Seu Espírito que crucifica nossa carne (Rm 8:13; 2 Pedro 1:4).
A estratégia básica para a nossa guerra: Mortificar a carne. Odiar o sistema do mundo. Resistir o diabo.
Luta feliz porque nós todos em Cristo vencemos o mundo pela fé no Filho de Deus (1 João 5:1-5).
Por Thabiti Anyabwile. Copyright © 2012 The Gospel Coalition, Inc. All rights reserved.. Website: www.thegospelcoalition.org/blogs/thabitianyabwile/. Original: Notes on spiritual warfare.
 

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A FAMÍLIA SOBRE OS TRILHOS


 A família para ser feliz precisa andar sobre os trilhos e ter as prioridades certas:


 1) Coloque Deus acima das pessoas;

DEUS EM PRIMEIRO LUGAR: Ex 20,2-5

O primeiro mandamento convida o homem a crer em Deus, a esperar nele e a amá-lo acima de tudo.
Vivemos numa sociedade que se esquece de Deus, ama as coisas e usa as pessoas. Devemos, porém, adorar a Deus, amar as pessoas e usar as coisas. A Bíblia nos ensina a buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, sabendo que as demais coisas nos serão acrescentadas. Precisamos investir em nosso relacionamento com Deus.
 

 2) Coloque seu cônjuge acima de seus filhos;

Um dos grande erros que se comete é colocar os filhos acima do cônjuge. Muitos casais transferem o sentimento que devem dedicar ao cônjuge para os filhos e isso, fragiliza a relação conjugal e ainda afeta profundamente a vida emocional dos filhos. O maior presente que os pais podem dar aos filhos é amar seu cônjuge. Pais estruturados criam filhos saudáveis.



 3) Coloque seus filhos acima de seus amigos


Um dos melhores presentes de Deus para as os pais são os filhos. Há grande alegria nos filhos.
 
O propósito de Deus é que os filhos sejam fontes de bênçãos. Herança do Senhor são os filhos, fruto do ventre o seu galardão (Sl. 127:3).
 
 

4) Coloque os relacionamentos acima das coisas

 
Vivemos numa ciranda imensa, correndo atrás de coisas. Muitas pessoas acordam cedo e vão dormir tarde, comendo penosamente o pão de cada dia. Pensam que se tiverem mais coisas serão mais felizes. Sacrificam relacionamentos para granjearem coisas. Isso é uma grande tolice. Pessoas valem mais do que coisas. Relacionamentos são mais importantes do que riquezas materiais. É melhor ter uma casa pobre onde reina harmonia e paz do que viver num palacete onde predomina a intriga.
 


 5) Coloque as coisas importantes acima das coisas urgentes

Há uma grande tensão entre o urgente e o importante. Nem tudo o que é urgente é importante. Não poucas vezes, sacrificamos no altar do urgente as coisas importantes. Nosso relacionamento com Deus, com a família e a com a igreja são coisas importantes. Relegar esses relacionamentos a um plano secundário para correr atrás de coisas passageiras é consumada tolice. A Bíblia nos ensina a buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, sabendo que as demais coisas nos serão acrescentadas. Precisamos investir em nosso relacionamento com Deus e em nossos relacionamentos familiares, a fim de não naufragarmos nesse mar profundo da pós-modernidade!

 Hernandes Dias Lopes

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Bobby Jamieson – Como Viver Com o Que Você Não Consegue Mudar (4/4)

Nos três últimos posts, eu argumentei que para a maioria, se você não for o pastor você não pode mudar nada fundamental sobre sua igreja. E eu examinei as exceções a esta regra e falei do que você pode fazer para mudar sua igreja.
Neste último post quero refletir sobre como viver com aquilo que você não consegue mudar em sua igreja.

Vivendo com o que você não consegue mudar

Obviamente, você não deve viver com heresias ou erros doutrinários importantes. Então se sua igreja começar a se desviar seriamente dos trilhos teológicos, trabalhe para trazê-la de volta ao curso. E se ela deixa o caminho por completo, sem chance real de reforma adiante, você realmente não tem escolha senão deixá-la.
Mas vamos dizer que você está em uma igreja que é basicamente sã doutrinariamente, mas que possui uma hoste de pequenos, porém sérios, problemas. E não parece que estes problemas irão embora tão cedo.
Basicamente, você tem duas opções: sair pacificamente, ou permanecer alegremente.

Sair Pacificamente…

A decisão de sair ou não dependerá em parte se há outra igreja significativamente mais saudável na proximidade. Isto não é tudo, mas uma parte necessária.
Se voce decidir sair, preserve a unidade em sua saída. Fale caridosamente e sem muitos detalhes sobre as razões de sua saída. Fale tão bem quanto possível sobre sua atual igreja e seus líderes. Trabalhe antecipando seu movimento para minimizar qualquer dano relacional ou tensão ministerial que sua partida possa causar. E ore por seu coração, por seus líderes, e por toda a igreja. Não deixe que a amargura lhe acompanhe até a porta, ou que ela seja o presente de despedida que você deixa para trás.
Mas a decisão de sair também depende de com o que você decide que pode e não pode conviver. Pense cuidadosamente sobre prioridades teológicas — quais doutrinas são mais centrais, importantes, e praticamente significantes que outras. Pense cuidadosamente sobre questões de preferência versus princípio bíblico, estilo versus substância. Busque aconselhamento. Determine em oração onde está seu limite. E se o limite for claramente ultrapassado, saia pacificamente.

…ou Permaneça Alegremente

Mas se você decidir ficar, seja porque você livremente decidiu que você pode viver com o que você não consegue mudar, ou porque não há outro lugar para ir, permaneça alegremente.
Aqui há algumas maneiras de fazer isso:

1. Seja Leal ao Seu Pastor

Primeiramente, seja leal ao seu pastor. Seja um membro fiel, submisso, humilde e apoiador. Expulse o pensamento de que sua lealdade e submissão dependem de seu pastor concordar com você em cada ponto doutrinário ou prático. Não deixe que suas discordâncias teológicas ou práticas transformem-se em justificações para desobedecer aos mandamentos bíblicos de submeter-se a seus anciãos e estimá-los no Senhor (Hebreus 13:17; 1 Tessalonicenses 5:12-13).
Em outras palavras, seja um verdadeiro amigo de seu pastor. Carregue seus fardos. Ore por ele. Seja por ele. Silencie as fofocas e reclamações dos outros sobre ele com sua própria apreciação alegre dele. E deixe que ele saiba pessoalmente que você o ama e o apoia.

2. Declare o Que Há de Bom na Igreja, Especialmente na Pregação

Segundo, declare tudo o que você puder sobre o ministério de sua igreja, especialmente na pregação de seu pastor. Por “declarar” quero dizer dar encorajamentos verbais específicos, tanto a seu pastor quanto a outros membros.
Quando você foi particularmente encorajado pela exposição que seu pastor fez das Escrituras em um sermão, conte para ele, e diga o porquê. Mostre a ele que seu ministério está cultivando frutos na sua vida. Isso será bom para sua alma e para a dele.

3. Não Provoque Descontentamento Entre Membros

Terceiro, não provoque descontentamento entre membros. Se você desenvolveu convicções que vão além das de seu pastor — por exemplo, sobre a soteriologia reformada ou pregação expositiva — seja muito cauteloso e cuidadoso sobre como você fala para os seus comembros sobre elas. A última coisa que você quer é plantar sementes de descontentamento ou começar convocar pessoas em torno de suas ideias e contra o seu pastor.

4. Seja Atrativamente Piedoso

Quarto, seja atrativamente piedoso. Embriague-se das Escrituras e da oração. Faça da obediência a Jesus sua principal ambição. Seja uma fonte de saúde bíblica e vida bíblica que transborda para outros.

5. Vista-se de Amor

Finalmente, sobre todos estes, vista-se de amor. Seja paciente com seus irmãos. Discipline-se a não reclamar e criticar. Domine não apenas sua língua, mas seu espírito. Tenha alegria tal nas boas coisas que Deus está fazendo em sua igreja que sobre pouco espaço para depressão descontente.
Em outras palavras, ame a sua igreja porque Cristo ama a igreja e deu a si mesmo por ela (Efésios 5:25). Ame a sua igreja não porque eles sejam amáveis, mas porque eles são amados (Deuteronômio 7:7-8). E se Deus pode amar a sua igreja apesar de tudo o que pode haver de errado com eles, você também pode.
Por Bobby Jamieson. Copyright © 2012 9Marks. Website: 9marks.org. Original: How to Live with What You Can’t Change (Part 4 of 4)
 

Bobby Jamieson – Como Mudar Sua Igreja (3/4)

Em meu primeiro post nesta série eu argumentei que o curso normal das coisas, se você não é o pastor de sua igreja, você não pode mudar sua igreja de nenhuma maneira fundamental. No segundo post eu explorei diversas aparentes exceções a isto, incluindo algumas que são de fato exceções.
Neste post, eu quero responder à pergunta: “Tudo bem, o que eu posso fazer se eu estou numa igreja que precisa seriamente mudar?”
Obviamente, não existe uma resposta que caiba para toda situação. Toda igreja é diferente, e toda pessoa fazendo a pergunta é diferente. Então neste post eu não estou dando direções universais e absolutas. Também não estou tentando falar para cada situação neste mundo. Ao invés disso, tentarei oferecer algumas sugestões que deveriam ser aplicadas muito bem para muitas pessoas em muitas igrejas.

Como Mudar Sua Igreja

Primeiro, um princípio geral: encontre o máximo de denominadores comuns que você puder com sua igreja e seus líderes, e invista o máximo de energia que puder trabalhando nestes denominadores comuns.
Se você discorda dos líderes de sua igreja sobre a eleição, pelo menos você concorda com eles que as pessoas precisam crer no evangelho e serem salvas — então evangelize. Se você discorda da abordagem programática da igreja ao ministério, pelo menos você concorda que programas são feitos para servir as pessoas e ajudá-las a amadurecer em Cristo — então sirva aos outros e faça discípulos, quer seja através de um programa ou não.
Meu ponto é que é fácil ficar fixado nos 10 por cento que você discorda e ignorar os 90 por cento que você concorda — e as maneiras incontáveis que você pode alegremente ministrar junto baseando-se nestes 90 por cento. E se for mais uma divisão de 50-50? Eu vou abordar isso brevemente no meu post final desta série.
Agora vamos a algumas especificações. Eis aqui vários ministérios que a maioria das pessoas na maioria das igrejas podem exercitar que devem, pela graça de Deus, ajudar a igreja a crescer em saúde.

1. O Ministério do Banco

Primeiro, o ministério do banco. (Eu incentivaria você a dar uma olhada no excelente artigo* de Colin Marshall sobre o assunto). A ideia básica aqui é que toda reunião da igreja é uma oportunidade de servir aos outros. É uma oportunidade de dar as boas vindas a um visitante, de compartilhar o evangelho com um não-cristão que veio com um amigo, de ajudar a fazer as coisas acontecerem nos bastidores, de descobrir e carregar os fardos dos outros, e de provocar o amor e as boas obras nos outros (Hebreus 10:24-25).
Então deixe de ser um consumidor e passe a ser um produtor. Não veja a igreja como um tempo para experiência religiosa particular, mas como uma oportunidade rara e preciosa de servir tantas pessoas em tão curto tempo.
Se sua igreja sofre da síndrome dos 20/80 — 20 por cento de pessoas fazem 80 por cento do trabalho — então seu ministério do banco não vai apenas ajudar ministérios necessários a serem realizados, mas também dar um exemplo para que os outros sigam. Com o tempo, quem sabe quantas pessoas você poderá discipular a cumprir um serviço mais ativo e altruísta na igreja? Mais sobre isso abaixo.
Finalmente, esse tipo de serviço silencioso, diligente e de iniciativa é justo o tipo de coisa que, com o tempo, ganha respeito, confiança, e às vezes até mesmo ouvidos para novas ideias.

2. O Ministério da Comissão de Indicação

Segundo, o ministério da comissão de indicação. Obviamente, poucas pessoas terão a chance de sentar em uma comissão de indicação pastoral. (Na verdade, eu não penso que as igrejas deveriam sequer ter “comissões de indicação”, mas esta é outra história* — e nós temos de fazer o que podemos com o que temos). Mas se sua igreja está em necessidade de um pastor principal de pregação, não há maneira mais estratégica de mudar sua igreja do que trabalhar para chamar um fiel e piedoso expositor da Palavra.
Em uma comissão de indicação, um pouco de liderança pode ir longe. Então sugira que você comece com a recomendação de um pastor confiável ao invés de carregar montes de currículos. Isso pode obter aprovação, mesmo que apenas por reduzir a carga de trabalho da comissão. E proponha uma lista bíblica de qualificações e prioridades logo no início. Isso pode colocar o foco da comissão na direção certa, e também ajudar a prevenir preferências antibíblicas de detonar a candidatura de um homem piedoso e qualificado.
Mas meu ponto principal é: seja lá como você possa influenciar de maneira lógica na escolha do próximo pastor de sua igreja, faça. Claro que nem todos terão a oportunidade de estar na comissão de indicação, mas na maioria das igrejas, cada membro terá algum tipo de opinião sobre quem o próximo pastor será. Então administre — e manobre — esta responsabilidade com sabedoria.

3. O Ministério da Oração

Terceiro, o ministério da oração. Ore a Deus pelo presente que é sua igreja. Adore-o por seu maravilhoso plano de chamar para si um povo para sua glória, e sua promessa de nunca deixar sua igreja ou deixar Satanás vencer sobre ela.
E, ainda mais ao ponto, dê graças por sua igreja. Ações de graça puxam a amargura e a reclamação pelas raízes — e se você apaixonadamente quer mudar sua igreja, estas tentações estarão sempre à espreita. Então dê graças por cada evidência da graça de Deus na igreja que você possa imaginar.
Confesse seus próprios pecados, as maneiras pelas quais você foi injusto com a igreja. E interceda por sua igreja. Peça a Deus para dar a toda sua igreja discernimento, amor, unidade, humildade, paciência. Peça a Deus para dar aos seus líderes sabedoria e coragem. Peça a Deus para cultivar na sua igreja o entendimento e a obediência à sua Palavra. Ore constantemente. E confie que Deus irá trabalhar.
Você pode não ser capaz de mudar sua igreja, mas Deus é. Então ore.

4. O Ministério do Discipulado Pessoal

Quarto, o ministério do discipulado pessoal. Ao invés de se concentrar no que está errado com “a igreja”, concentre-se em como você pode ajudar membros individuais da igreja a crescer em graça. Você pode mudar sua igreja ajudando membros a crescerem em seu entendimento das Escrituras, do amor de Cristo, do amor pela igreja, do serviço às suas famílias, da ousadia no evangelismo, e mais.
E você não precisa pedir a permissão de ninguém para começar a discipular. Apenas comece a buscar o bem espiritual dos outros. Construa relacionamentos que sejam centralizados em ajudar uns aos outros mutuamente a crescer em Cristo. Leia livros da Bíblia com outros membros da igreja depois do almoço ou no fim de semana. Faça perguntas de exame espiritual e dê o exemplo aos outros através de sua própria transparência e humildade.
Em suma, talvez a única maneira mais efetiva pela qual você pode mudar sua igreja é pessoalmente ajudar aos outros a serem conformados à imagem de Cristo.

5. O Ministério do Exemplo Pessoal

Quinto e último, o ministério do exemplo pessoal. Uma das maneiras mais efetivas de mudar uma igreja é crescer constantemente em Cristo e deliberadamente servir como modelo para os outros. É claro que isso anda de mãos dadas com o discipulado.
Você pode não ser capaz de mudar a estrutura de liderança de sua igreja, mas você pode servir de exemplo de submissão humilde aos seus líderes e tornar o trabalho deles uma alegria (Hebreus 13:17). Você pode não ser capaz de converter seu pastor para a pregação expositiva, mas você pode ser modelo de um amor infeccioso pelas Escrituras que respingue sobre os outros.
Você não quer servir de modelo de uma maneira que crie uma pequena tropa de discípulos que são mais devotos a você do que à igreja. Ao invés disso, seu exemplo deve ter justamente o efeito contrário. Sua vida deve ser tamanho modelo de serviço fiel que constrói unidade na igreja, que o que as outras pessoas aprendem de seu exemplo não é apenas como crescer em piedade pessoal, mas como ser um bom membro de igreja.
Em outras palavras, você deve ser o tipo de exemplo que, se todos na igreja o seguissem, você tornaria sua igreja mais saudável, mais unida, e mais comprometida com o bem do outro.

Mais Uma Ponta Solta

Você pode não ser capaz de mudar tudo o que quiser em sua igreja, mas penso que esta lista é mais do que suficiente para manter a maioria de nós ocupados.
Há ainda uma ponta solta que eu quero amarrar: como você lida com humildade e contentamento com uma igreja que tem sérios problemas e que provavelmente não irá mudar? Eu posso oferecer apenas a mais breve e geral de todas as respostas, mas espero fazer isso no meu post final desta série.
Por Bobby Jamieson. Copyright © 2012 9Marks. Website: 9marks.org. Original: How to Change Your Church (Part 3 of 4)
 

sábado, 22 de setembro de 2012

Podemos Perder a Salvação?




Já de cara, a resposta é não. A doutrina arminiana, ou pior, a pelagiana é tão impregnada no brasileiro que a doutrina Bíblica da soberania de Deus sobre a salvação do homem é algo que chega até a ofender algumas pessoas acostumadas a acreditar que o ser humano é “dono de si mesmo” e Deus “repeita nosso ‘Livre Arbítrio’”.
 Bom, Livre Arbítrio é assunto para outra postagem, mas a realidade sobre a nossa salvação é MUITO boa. 
Se a salvação estivesse em nossas mãos, em nossa vontade de fazer o que Deus manda, vamos falar a verdade, já a teríamos perdido faz muito tempo, né? 
E como Deus é totalmente Santo e Justo, não deveríamos recuperar de volta, mas Ele é bom e misericordioso e salva seus eleitos pela graça, e da fé como agente desta salvação, como o primeiro benefício desta salvação. Não só passamos a enxergar a Verdade sobre Deus, mas passamos a crer nesta verdade por obra única e exclusiva dEle, já que nós somos incapazes por nós mesmos de acreditar de verdade em tudo que Ele diz, o que implica obedecer o que Ele diz, mas sempre preferimos fazer as coisas do “nosso jeito”.
A má notícia é que esse “nosso jeito” não é, na extrema maioria das vezes” o jeito que Ele quer as coisas, então, não temos condições de manter a salvação por nós mesmos. A boa notícia é que Ele nos ama tanto e sua graça é tão abundante, que Ele mantém a salvação pela misericórdia que Ele tem por quem Ele se revelou através do Espírito Santo, dos que crêem no nome de Jesus e dobram seus joelhos a Ele com sinceridade de coração, com a fé que Deus dá aos seus filhos eleitos. Ele prometeu:
Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.
Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?
Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?
Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.
Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.
Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?
Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro.
Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.
Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir,
Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor. 
Romanos 8:29-39
Existem aqueles que saem da fé porque nunca foram regenerados de verdade, eram apenas “convencidos” não “convertidos”, como diz a Bíblia (Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós. 1 João 2:19), mas este é assunto para outra postagem.
Para elucidar melhor a maravilhosa notícia de que Deus cuida de nós e de nossa salvação, dos que crêem de verdade no seu nome, segue um pequeno texto explicativo:

Preservação


Entre os últimos passos na ordem da salvação está a preservação. A palavra preservação enfatiza o fato que, por causa do poder e graça de Deus, os crentes não podem perder sua salvação. Deus preserva o seu povo (Sl. 37:28: Jr. 32:40; 1Pe. 1:5). O motivo dos crentes não perderem sua salvação não é devido à sua obediência, fidelidade e esforços, mas somente à graça de Deus, que nos guarda e protege de apostatar.
O que, então, Deus preserva? Ele preserva a nova vida da regeneração que está neles, como a semente de toda a sua salvação (1 João 3:9). Ao preservar isso, ele também preserva a fé e obediência deles, de forma que continuam a crer e a guardar os mandamentos de Deus, embora imperfeitamente.
Colocando de uma forma mais simples: Deus preserva sua obra de graça em seu povo (Sl. 90:17; Sl. 138:8; Fp. 1:6).
Deus  não preserva a carne e as obras da carne! No crente a carne, suas obras, e seu domínio devem ser destruídos (Gl. 5:24). O crente não deve desejar preservar tais coisas, nem tentar preservá-las.
Faremos bem em lembrar que de acordo com essa doutrina, são os eleitos de Deus quem são preservados. Ele os preserva porque os escolheu em Cristo (Ef. 1:3, 4, 11).
Contudo, os eleitos não são preservados à parte da fé. A fé é sempre o caminho, embora nunca a razão, da salvação. 1 Pedro 1:5 ensina que os crentes são “mediante a fé… guardados na virtude de Deus para a salvação”.
Do que, então, são os crentes preservados? Eles não são preservados da tentação, da fraqueza ou de cair em pecado.
Quão importante é lembrar isso! Os crentes não são preservados de cair, mas de cair definitivamente; não da tentação, mas de serem destruídos pela tentação; não do pecado, mas do pecado para morte. Devido inteiramente à fraqueza e pecaminosidade deles, os crentes podem e de fato caem  em tentação e pecado. Mas o Salmo 37:24 nos assegura: “Ainda que caia, não ficará prostrado, pois o SENHOR o sustém com a sua mão”.
Que os crentes podem e caem é demonstrado na Escritura pelos exemplos de homens como Davi e Pedro. Que eles não podem cair definitivamente é demonstrado pela restauração desses homens.  De fato, no caso de Pedro, o Senhor deu certeza de antemão que ele não cairia definitivamente: “Disse  também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo. Mas eu roguei  por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos” (Lucas 22:31,  32).
Que obra maravilhosa da graça é a preservação!
Rev. Ronald Hanko
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto
Fonte: Doctrine according to Godliness, Ronald Hanko,
Reformed  Free Publishing Association, p. 210-11.
Texto extraído do site Monergismo

Bobby Jamieson – Quando você pode mudar sua igreja? (2/4)


 Antes de você tomar alguma decisão, sugiro que você espere as quatro postagens e esteja em oração.
  1. Porque Você Não Pode Mudar Sua Igreja
  2. Quando você pode mudar sua igreja?
  3. Como Mudar Sua Igreja
  4. Como Viver Com o Que Você Não Consegue Mudar
Em meu post anterior eu argumentei que, em geral, se você não é o pastor de sua igreja, você não pode mudá-la de nenhuma maneira fundamental. E eu admiti que há exceções, ainda que a maioria delas apenas prove a regra. Este post dedica-se às exceções, uma vez que reconheço que muitos leitores de fato encontrarão a si mesmos em situações excepcionais.
Em meus próximos dois posts após este, eu planejo focar no que você de fato pode fazer na maioria das circunstâncias para mudar sua igreja, mesmo que você não seja o pastor. Mas, por ora, as exceções.

Exceção Genuína 1: Quando Você Deve Mudar Sua Igreja

A primeira exceção é se sua igreja está se arrastando para erros doutrinários sérios, como negar a Trindade, ou a inspiração e a autoridade das Escrituras, ou a salvação pela graça de Deus somente através da fé somente. Se esse é o caso, você não apenas pode, mas deve trabalhar para mudar sua igreja.
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Em Apocalipse 2, Jesus responsabiliza igrejas locais inteiras pelo que elas fizeram com os falsos mestres (Apocalipse 2:2, 14, 15, 24). Se elas expulsaram os falsos mestres, Jesus as elogia. Se elas toleraram os falsos mestres, Jesus as condena.
Portanto, no fim das contas, é responsabilidade da igreja local como um todo defender a sã doutrina. Isso significa que se sua igreja começa a negar as doutrinas principais, você pessoalmente tem a obrigação de fazer algo a respeito.
O que você irá fazer dependerá de quem está ensinando o que, e da magnitude do erro. Certamente se um pastor está ensinando um grande erro doutrinário, ele precisa ser removido do púlpito. Se outros líderes eclesiásticos oficialmente reconhecidos podem levar a igreja a tomar esta atitude, bom. Se não, as coisas podem ficar mais feias, mas você ainda tem a obrigação de se livrar de um mestre que está seriamente se afastando das Escrituras.
Então, se esta é a situação, ore por sabedoria. Ore por união no meio da igreja. Ore para que a verdade revele o erro. E, em oração, comece o trabalho de remover o pastor infiel e encontrar um pastor mais fiel.

Exceções às Exceções

Então, essa é uma exceção genuína à ideia de que você não pode mudar a igreja se você não for o pastor. Há outra que eu mencionarei ao final. Mas, primeiro, eis aqui alguns cenários que podem parecer exceções, mas não são.

1. “Precisa-se de Ajuda”

Primeiramente, em meu post anterior eu não quis dizer de nenhuma maneira que membros individuais de igreja não podem contribuir de nenhuma maneira significante na reforma em andamento de uma igreja. O exato oposto é verdadeiro: a reforma da igreja tem de ser enraizada em toda a membresia, do contrário, não é reforma nenhuma.
Para ser específico, vamos dizer que você é parte de uma igreja que está no processo de ser reformada ou revitalizada. E vamos dizer que você concorda com os líderes de sua igreja sobre os problemas da igreja e as soluções a serem buscadas. Você pode trabalhar para mudar sua igreja nesta situação? É claro! Você pode tomar a iniciativa e encabeçar alguns dos esforços sob a direção do(s) pastor(es)? É claro!
Em outras palavras, se um pastor bíblico e com uma mentalidade de reforma pendura uma placa de “Precisa-se de Ajuda”, dê uma mão de todas as maneiras.
Nesta situação, no entanto, você não está trabalhando para mudar a direção da igreja, mas ajudando a colocá-la na direção que os líderes já estão apontando. Você não está trabalhando contra os líderes, mas com os líderes. E seu trabalho como membro de igreja é absolutamente crucial.

2. Ele Parece Aberto a Mudanças…

Às vezes, os pastores parecem ser genuinamente abertos a mudanças. Eles falam sobre querer ir por uma nova direção. Talvez tenha adquirido um novo conjunto de influências, lido alguns livros novos, descoberto um novo modelo. Às vezes, isso levará a uma mudança concreta, e nesse caso nós voltamos ao primeiro cenário.
Mas, às vezes, os pastores podem desejar mudança, ou concordar com a necessidade teórica de mudança, sem de fato se comprometerem a liderar tal mudança. Ocasionalmente os pastores serão abertos a aconselhamento, e irão até agradável e gentilmente concordar com um membro que esteja pressionando para uma nova direção. Mas eis o problema: se o pastor não estiver disposto a liderar a mudança pessoalmente, tal mudança nunca alcançará toda a igreja.
Se uma igreja irá mudar, isso vai custar mais ao pastor do que a qualquer um. O pastor terá de ensinar publicamente. Ele terá de iniciar reformas práticas. Ele terá de responder a perguntas. E o que é mais custoso: ele terá de estar disposto a tomar alguns socos, irritar alguns membros mais antigos, e geralmente tornar as coisas muito mais difíceis para ele mesmo para que possa ver a mudança acontecer.
Se o pastor não está disposto a fazer tudo isso, nenhum membro poderá obrigá-lo. Se o pastor não está convencido de que ele deve mudar a direção da igreja, você não pode colocar consciência na cabeça dele. Se o pastor não está disposto a liderar a mudança, você não pode jogá-lo para a frente público e sussurrar para ele o roteiro.
Resumindo, só porque o pastor parece ser aberto a mudanças, não significa que ele — ou a igreja — irá de fato mudar.

3. Liderando a Partir da Segunda Cadeira

E se você for um pastor de uma igreja, mas não é o pregador principal?
Primeiramente, deixe-me afirmar que todos os pastores ou presbíteros de uma igreja compartilham igualmente a responsabilidade de liderar e direcionar a igreja. Isso significa que se há um “pastor presidente”, ele deveria perder votos entre os presbíteros regularmente, e deveria agradecer a Deus por dar à igreja mais sabedoria do que há nele mesmo.
Em segundo lugar, no entanto, na maioria das igrejas há apenas um homem que faz a maior parte das pregações, e que possui uma quantidade correspondente de autoridade pastoral informal. E, como eu disse em meu primeiro post, a maior parte das convicções dos pastores encarregados da pregação sobre assuntos fundamentais de eclesiologia e ministério não são cimento fresco. Além disso, falando de maneira prática, o “pastor presidente” terá de não apenas concordar com quaisquer mudanças que você propuser, mas de alguma maneira encabeçá-las. Então voltamos à segunda situação.
Moral da história, você não pode liderar uma mudança a partir da segunda cadeira. Isso plantará sementes de divisão e azedará seu relacionamento com seu colega pastor.

Exceção Genuína 2: A Igreja Abomina um Vácuo

Por fim, apesar disso, há pelo menos mais uma exceção genuína que eu posso ver: um vácuo de liderança. O que eu primariamente tenho em mente aqui é uma igreja que, por qualquer razão que seja, não possui um pastor formalmente reconhecido, principalmente se um pastor saiu recentemente.
Na ausência de um líder (ou líderes) visível e universalmente reconhecido, a direção da igreja estará verdadeiramente e bem disponível para ser tomada. E se há um vácuo de liderança na igreja, então alguém intervirá e o preencherá.
Portanto, os membros da igreja que são qualificados para liderar e são comprometidos com uma reforma bíblica deveriam tentar, assim como no xadrez, conquistar o meio do tabuleiro. Eles devem assumir encargos de liderança, gentilmente definir novas trajetórias, construir um consenso sobre prioridades bíblicas, evitar objetivos inúteis, e trabalhar para chamar um pastor que irá pregar e liderar fielmente.
Podemos chamar este movimento de “reforma da igreja a partir da base”. Estas situações são raras, e são certamente complicadas. Mas já foi feito, e quando Deus se compraz em abençoar o trabalho, os frutos podem ser impressionantes.

Mais Pela Frente

Quer você esteja em uma destas situações excepcionais ou não, oro para que Deus lhe dê sabedoria para discernir como melhor servir, fortificar, e unificar sua igreja local, independentemente de como você pode ou não ser capaz de mudá-la.
E se você está em uma igreja que precisa mudar, mas você parece não ter poder nenhum de mudá-la, continue sintonizado. Em meus próximos dois posts, eu tentarei oferecer algumas sugestões práticas sobre como membros de igreja podem mudar quase qualquer igreja para a melhor, e também sobre como viver com aquilo que você não pode mudar.
Por Bobby Jamieson. Copyright © 2012 9Marks. Website: 9marks.orgOriginal: When Can You Change Your Church? (Part 2 of 4)

E TATOO, PODE?

E TATOO, PODE?


CUIDADO PARA NÃO SERMOS
OS JUIZES DE DEUS...

Texto fora do contexto é pretexto para heresia...
Bem, antes de falar acerca do assunto, falarei de mim e meu contexto... Tenho um Studio em BH e sou piercer, estou totalmente inserido no mundo da tatuagem e do piercing. As tattoo’s e piercings que tenho foram feitas após a minha conversão e todas as tattoo’s têm um significado pra mim que denota a minha fé.

Afirmar que o corpo é templo do Espírito Santo é uma verdade inquestionável, só que o referido texto (I Co 6:19) fala de prostituição, de profanar o templo de Deus com o pecado, e nenhuma alusão a qualquer coisa que lembre tatuagens, piercings, comer pimenta, e afins.

Acredito que Deus possa falar ao coração de uma pessoa acerca de tatuagens e piercing’s, com o propósito da mesma não fazer, ou até mesmo retirar as que têm, não duvido disto, porém não podemos esquecer que Deus trata com cada um de forma pessoal. Os planos d'Ele para a vida de uma determinada pessoa não são os mesmos para a minha, e ambos podemos fazer a vontade Dele. Com certeza, Deus não faz acepção de pessoas, e sendo assim, exatamente por este motivo, uma pessoa que tenha os itens relativos a este pequeno estudo, podem ser alcançadas pela mesma graça redentora. Rebeldia é algo muito mais complexo do que tatuagem e/ou piercing. Desrespeitar os pais, não amar seu próximo, julgar as pessoas pela aparência, com certeza é rebeldia.

Bem antes da época de Jesus, piercing’s e tattoo’s já existiam (Gn 24:22 e 47). Se "pendente de nariz" não é uma perfuração, então não sei mais o que é.
Poderemos ser a imagem de Jesus a partir do momento que vivermos o que ele viveu, cumprirmos seus designos e vontades, olhar as pessoas como Cristo olhou, sem preconceitos e verdades pessoais, mas cheio de bondade, amor e as "boas novas do evangelho".

O que fazer?

O que a Bíblia fala: Se sua consciência (cristã, é claro) te condena, não faça. Sou membro da Caverna de Adulão, um ministério Underground que trabalha TAMBÉM com pessoas que usam um visual diferente, tatuagens e piercings; pra mim, é uma questão cultural, é algo que gosto e que Deus nunca me cobrou.

PIERCINGS, EVANGELHO E CULTURA.Sandro Baggio
Piercings estão cada vez mais comuns em nossos dias. Algo que há menos uma década era olhado com reprovação e preconceito, é hoje visto em homens, mulheres, jovens e até crianças. Se a sociedade parece estar aceitando esses adereços cada vez com mais naturalidade, os cristãos parecem confusos a respeito. Afinal de contas, a questão da aparência ainda é assunto de grande discussão e controvérsia em muitos círculos evangélicos.

A primeira coisa que precisamos ter em mente quando o assunto é aparência pessoal, é que se trata de algo que muda com o tempo e com o lugar. Usos e costumes estão diretamente ligados à cultura.

Basicamente uma cultura é formada por três elementos: cosmovisão (a maneira como um povo vê o mundo), sistema de valores (o que é importante para aquele povo) e normas de conduta (o modo como um povo se comporta, e isso dizem respeito tanto à vestimenta, como ao modo de se relacionar com os outros, etc.).

Culturas são diferentes de acordo com sua cosmovisão, valores e normas de conduta. Arrotar em público após uma refeição é totalmente aceitável (e até louvável) em certas culturas, e repugnante em outras. Uma mulher com os seios à mostra é normal em muitos países da África (onde a mesma mulher não pode exibir as pernas acima do tornozelo) enquanto que o mesmo é obsceno em outras partes do mundo. Beijar na boca em público é normal aqui no Brasil, mas pode levar alguém à cadeia em certos países islâmicos. Nestes mesmos países islâmicos, um homem não pode andar de mãos dadas com sua esposa, mas pode andar de mãos dadas com outro homem. No Ocidente tal prática evoca idéias de homossexualismo. E por aí vai. Todas essas coisas são formas de expressão cultural.

Podem ser um insulto ou algo escandaloso para os de fora (que não fazem parte da cultura), mas não são necessariamente erradas para quem é daquela cultura.
O fato é que nenhuma cultura é totalmente igual à outra e nenhuma cultura está acima da outra. João viu no céu povos de todas as tribos, raças, línguas e nações (grupos étnicos). Todas as culturas possuem elementos que precisam ser valorizados e outros que precisam ser transformados pelo Evangelho.

Sendo a aparência pessoal é uma questão de expressão cultural, esta aparência também muda de acordo com a cultura. Pinturas na face e no corpo estão presentes em diversas culturas. Na Polinésia, os nativos usam a tatuagem para escrever sua história familiar no corpo. A tatuagem e o piercing no umbigo eram comuns no Antigo Egito. Alguns povos usam piercing, brincos e outras formas de alteração do corpo (body modification ou simplesmente body modi).

O problema é que o mundo está ficando pequeno. Estamos nos tornando cada vez mais uma aldeia global. Esta globalização faz com que certos costumes que antes só eram vistos em algumas culturas isoladas e lugares remotos da terra, comecem a se tornar moda em todo o mundo. A tatuagem de henna é um exemplo recente desta realidade.

E quem são os responsáveis pelo lançamento da moda em nosso mundo? Os meios de comunicação em massa, que muitas vezes mostram artistas, músicos e cantores usando determinada roupa, adereço, estilos diferentes muitas vezes copiados por nós, ou porque não dizer, copiados de nós. Isto mesmo!!!

Citando dois exemplo: Os Rapper’s americanos não inventaram um estilo de roupa e ornamentos, eles já existiam, porém foram popularizados pela mídia. A popularização de alguns costumes orientais no Ocidente teve forte influência dos Beatles, quando estavam em sua fase “Flower and Power”. Muitas das batas, camisões e pantalonas que vemos hoje em nossas ruas, praças, e até na igreja, foram uma influência direta da que é chamada a “maior banda de todos os tempos”, porém, são “politicamente aceitas” por muitas de nossas lideranças.
A popularização do piercing foi em 1993 com o vídeo clipe "Cryin", do Aerosmith, onde Alicia Silverstone apareceu com um piercing no umbigo. Uma banda de rock, uma balada romântica, uma jovem atriz linda. Elementos essenciais para fazer a moda pop ou cultura pop, que nada mais é do que uma mistura de culturas e costumes do mundo pós-moderno.

Leornard Sweet, professor metodista e um dos mais interessantes pensadores cristãos de nossa época, comenta sobre tatuagens e piercings em seu e-book recente "The Dawn Mistaken For Dusk". Ele diz que, a razão pela qual "body modi" é o assunto nº.1 nas listas de discussões e bate-papos de jovens cristãos com menos de 30 anos nos EUA, é pelo fato disto fazer parte da cultura jovem pós-moderna atual (e quase global), uma cultura onde a imagem é altamente valorizada.

A ironia disso tudo é que cirurgias plásticas e implante de silicone são coisas cada vez mais aceitas pelos cristãos modernos. Tem personalidades famosas do mundo evangélico brasileiro com o corpo siliconado. Todavia, como diz Sweet, "Cirurgia plástica é uma forma severa de alteração do corpo. Isto é aceito, mas brincos e tatuagens, não são?”.

Na Bíblia lemos à história de Isaque que deu a Rebeca uma argola de seis gramas de ouro para ser colocada no nariz (piercing) e, após fazer isto, ajoelhou-se para adorar a Deus. Penso que se o primeiro ato fosse pecado ou considerado pagão, então Isaque não teria adorado a Deus em seguida.

No livro de Êxodo, percebemos que as mulheres dos hebreus usavam brincos e argolas, os quais foram oferecidos como oferta dedicada ao Senhor para a construção do Tabernáculo. Novamente, não penso que Deus aceitaria de seu povo ofertas que representassem costumes pagãos.

O texto mais intrigante para mim se encontra em Ez 16.11-12: “Também te adornei com enfeites, e te pus braceletes nas mãos e colar à roda do teu pescoço. Coloquei-te um pendente no nariz, arrecadas nas orelhas, e linda coroa na cabeça” (ARA), onde o próprio Deus diz que adornou Jerusalém com jóias, pulseiras, colares, argolas para o nariz e brincos para as orelhas. Ao que parece, tais adornos não eram uma ofensa ao Senhor.

Uma vez que a Bíblia parece não condenar o uso de piercing, por que deveríamos nós?

Nosso desafio não é condenar, mas orientar as pessoas (principalmente os jovens) para os riscos que existem em fazer estas coisas sem uma orientação profissional e cuidados de higiene e saúde.

A pessoa está consciente dos riscos de inflamação, doenças contagiosas e "efeitos colaterais" diante da sociedade? Está consciente de que algumas alterações são irreversíveis e, mesmo diante da possibilidade de reversão, podem deixar marcas para o resto da vida? Mais ainda, precisamos falar sobre questões de identidade, valor pessoal e auto-imagem. Pois são estas as questões mais importantes para quem está considerando qualquer forma de alteração do corpo, seja uma plástica no nariz, implantar silicone, colocar um piercing ou fazer uma tatuagem.


TATUAGEM
EXEGÊSE E HERMENÊUTICA


Podemos perceber que a palavra tatuagem tem sido muitas vezes tratada de forma repugnante no meio cristão, mas nem sempre é explicado o porque.
O propósito deste breve estudo é analisar a palavra utilizando o contexto em que ela foi empregado para assim, compreendermos o seu emprego nas Escrituras.

REFERÊNCIAS BÍBLICAS:

Lv 19:27-28 – “Não farão calva na sua cabeça e não cortarão as extremidades da barba, nem ferirão sua carne. Santos serão ao seu Deus e não profanarão o nome do seu Deus, porque oferecem ofertas queimadas do SENHOR. Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o SENHOR.”

Dt 14:1-2 – “Filhos sois do SENHOR, vosso Deus; não vos darei golpes, nem sobre a testa fareis calva por causa de algum morto”. Porque sois povo santo do SENHOR, vosso Deus, e o SENHOR vos escolheu de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe serdes seu povo próprio.

ANÁLISE DOS VERSÍCULOS

- Não ferireis a vossa carne. -
Essa é uma proibição contra as mutilações. Muitos povos pagãos lamentavam-se desse modo pelos mortos. Quem lamentava por um morto cortava-se como se fosse um sinal de consternação pela morte de um parente ou amigo, pensando que isso adicionava algo à sinceridade de sua lamentação. Tais atos eram estritamente proibidos em Israel. (Jr 16:6, 41:5; Lv 21:5 e Dt 14:21).

- Nem fareis marca nenhuma sobre vós.A tatuagem era praticada entre várias nações antigas, algumas vezes em conexão com as práticas da idolatria. Figuras, marcas ou letras eram tatuadas sobre a pele mediante a injeção de tintas na epiderme. Queimar com ferro em brasa era outra maneira de tatuar. Um escravo tinha a marca de seu proprietário impresso sobre ele; as prostitutas também eram assim marcadas; palavras sagradas eram tatuadas na pele dos adoradores pagãos.

- Eu sou o Senhor.Essa forma, como aquela mais completa, “eu sou o Senhor teu Deus”, assinala divisões no livro de Levítico, o que acontece por dezesseis vezes, só neste capítulo dezenove de Levítico.

Formar os cabelos em curva redonda nas têmporas e na barba, ou a incisão de padrões na pele faziam parte das práticas pagãs de luto, e, como tais, eram proibidas. Desfigurar a pele, que provavelmente incluísse alguns emblemas das divindades pagãs, desonrava a imagem divina de Deus. A perda de um ente querido devia ser aceita como parte da vontade de Deus para a vida do indivíduo, e nenhuma tentativa deveria ser feita para propiciar o falecido de qualquer maneira.


ANÁLISE LEXOGRÁFICA

Esta palavra portuguesa vem do Taitiano “tatau”, a reduplicação da palavra “ta”, que significa “marca”, “sinal”. Está em foco, uma marca indelével, feita mediante técnicas próprias, picando a pele e inserindo algum pigmento sob a mesma. Embora, provavelmente, não haja nenhuma alusão direta à técnica da tatuagem nas páginas da Bíblia, essa tem sido considerada uma interpretação possível em três situações aludidas na Bíblia, a saber:

1. Oth – sinal

Palavra usada por setenta e nove vezes no Antigo Testamento, conforme se vê, por exemplo, em Gn. 1.14; 4.15; Ex. 4.8,9, 17, 28,30; Nm. 14.11; Dt. 4.34; 6.8,22; Js. 4.6; Jz. 6.17; I Sm. 2.34; II Rs. 19.29; Ne. 9.10; Sl. 74.4,9; Is. 7.11,14; 8.17; Jr. 10.2; Ez. 4.3; 20.12,20.

O termo Grego correspondente é semeîon - sinal -, usado por quarenta e oito vezes, conforme se vê, por exemplo, em: Mt. 12.38; Lc. 2.12; Jô. 2.18; At. 2.19, 22, 43; Rm. 4.11; I Co. 1.22; II Co. 12.12; II Ts. 2.9; Hb. 2.4; Ap. 15.1.

2. Chaqaq - gravação, cavar

Com esse sentido, é usada por duas vezes: Is. 22.16 e 49.16. Na última dessas referências, a idéia é que, gravando os nomes de Seu povo em Sua mão, jamais se esqueceria deles.


3.Seret - incisão, corte

Essa palavra só aparece em Lv. 19.28, onde se lê: “Pelos mortos não ferireis a vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o SENHOR”. O termo Seret é traduzido ali como ferireis. Isto pode até parecer uma clara proibição do uso de tatuagens, entre os judeus.

Alguns tem pensado que o trecho de Lv 19.28, sem dúvida, alude à prática da tatuagem. Mas, embora algumas versões estrangeiras tenham traduzido o vocábulo hebraico seret, ali usado, como tatuar, os estudos feitos quanto aos costumes de lamentação e luto pelos mortos indicam freqüentes associações de cortes feitos no corpo ou pinturas, com o raspar dos cabelos, mas nunca com tatuagens, que se revestem de outro sentido. Por semelhante modo, qualquer situação retratada nas Escrituras que possa ser interpretada como indício da prática das tatuagens tem base meramente conjectural, e não se escuda sobre qualquer inferência etimológica ou etnológica.

CONCLUSÃO
Nos comentários das Bíblias de Estudo de Genebra e Plenitude, apenas relatam o fato de não marcarem o corpo com mutilações por causa dos mortos, não referindo diretamente à prática de Tatuagem.

Contudo observando historicamente as práticas de outras nações, o povo de Israel é advertido a não praticar tais atos para que não fossem confundidos, e por tais atos estarem diretamente ligados à idolatria e à prostituição.
No âmbito geral da situação, percebemos que isso era uma prática cultural, não transcendendo, em alguns casos, aos dias de hoje.

É importante lembrar, que não devemos ser escândalo para nossos irmãos:Rm 14:13 - “Portanto não nos julguemos mais uns aos outros; antes o seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao vosso irmão”.II Co 6: 3 - “... não dando nós nenhum motivo de escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado”.
A prática da tatuagem nos dias de hoje tem sido uma forma de expressão por parte de muitos jovens. Ao contrário dos tempos em que Israel foi advertido, a tatuagem hoje tem um sentido bem diferente. Isso não isenta algumas culturas de praticarem o ato como forma de idolatria, mas no Brasil o sentido tem sido apenas uma forma de expressão.

Meu comentário pessoal e crítico sobre o assunto é que a tatuagem não impede a pessoa de ter um relacionamento intimo com o Senhor, porém deve-se observar alguns pontos antes de se fazer uma tatuagem.Devemos antes de tudo preservar a santidade, no que se diz respeito ao corpo e o fato de que podemos estar servindo de motivo de escândalo e zombaria de outrem.

Todas as palavras acima também são cabíveis ao uso de Body Piercing, Cirurgias Plásticas, Lipoaspirações e qualquer tipo de dilaceração do corpo que não seja necessário à saúde. Sendo assim, toda forma de dilaceração que não há envolvimento com os rituais pagãos não se encaixam em Lv. 19:28 - Texto esse que muitos tomam como base para proibirem a tatuagem.

Apenas um pequeno comentário acerca de um erro de exegese ocorrido por quem defende o uso de tatuagens, mostrando assim que uma tradução mal feita do texto da margem para erros de ambas as partes:

Apocalipse 19:16: “No manto, sobre a sua coxa tem escrito o nome: Rei dos reis e Senhor dos senhores.”
Em algumas versões, o termo “escrito o nome” é trocado por tatuado.

Vamos quebrar a frase:

Sintaticamente, temos o seguinte:

- Sujeito da Frase: Coxa
- Objeto Direto da Frase: Nome
- Vocativo referente ao sujeito: No Manto

Por definição temos que vocativo é:

"...É uma referência à 2ª pessoa, um apelo, um chamado, e é usado para o nome que identifica a pessoa (animal, objeto etc.) a quem se dirige e/ou ocasionalmente os determinantes de tal nome. Uma expressão vocativa é uma expressão de referência direta, em que a identidade da parte a quem se fala é expressamente declarada dentro de uma oração..." (retirado do Wikipedia)

Portanto, o que quer dizer na frase não é que o nome esteja tatuado na coxa, mas sim escrito no Manto na altura da coxa.

Vamos ao original em Latim:

19:16 - et habet in vestimento et in femore suo scriptum rex regum et Dominus dominantium.

Ressalto que o verbo empregado é SCRIPTUM, ou seja, escrito!!! Para que seja tatuado, o verbo a ser utilizado deveria ser PINGERE, ou seja:

19:16 - et habet in vestimento et in femore suo pingerum rex regum et Dominus dominantium.

Em Grego temos:

19:16 - kai ecei epi to imation kai epi ton mhron autou to onoma graphammenon basileuV basilewn kai kurioV kuriwn.

O verbo “escrever” em grego é: graphon; já o verbo “tatuar” em grego é: prosanagrapheia.
O QUE É ESCANDALIZAR???

Alguns preferem adotar uma postura mais defensiva sobre o assunto sem se aprofundar demais em debates, dizendo que tais adereços devem na verdade ser evitados porque são "escândalo".

Não devemos "escandalizar". Mas o que é "escândalo"?

Jesus disse que "é impossível que não venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm! Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse atirado no mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos." (Lucas 17:1,2).

A conclusão lógica a que chegamos então é que se eu uso um visual diferente do resto da massa e alguém me vê e se "escandaliza" (no sentido que eles dão à palavra), então, de acordo com o versículo, seria melhor que alguém amarrasse uma pedra de moinho no meu pescoço e me jogasse no mar.

Será isso que Jesus quis dizer? Creio que não.

A palavra "escândalo" no grego é "skándalon" (de onde se derivou a palavra portuguesa escândalo) e significa tropeço ou armadilha, símbolo daquilo que incita ao pecado ou à perda da fé.

Escândalo é todo ensino, palavra, obra ou omissão que incita o outro a pecar.

Um visual underground por si só não é escândalo no sentido bíblico do termo. Escândalo seria, em nosso caso, o exemplo citado anteriormente neste texto em que uma mulher é levada a usar um piercing no umbigo apenas por uma motivação luxuriosa. Agindo assim, ela voluntariamente poderia despertar em outras pessoas desejo sexual por estar expondo determinada parte de seu corpo, ou seja, poderia estar incitando alguém a pecar. De outra forma, não é escândalo.

Particularmente, conheço muitas mulheres (não cristãs inclusive) que têm piercing no umbigo mas que nunca vi usando uma blusa que o expusesse; dizem que o usam simplesmente porque gostam. Não há problema algum nisso.

Quando os setenta (ou 72, há dúvidas) tradutores do Velho Testamento para a língua grega (a Septuaginta), por ordem e encomenda de Ptolomeu II, encontraram um termo hebraico que se referia ao comportamento que levava a uma "queda" moral - o que não tinha exata tradução - socorreram-se da palavra grega clássica skandalon, "obstáculo", algo que causava um tropeço. Uma pedra no meio do caminho, por exemplo, era skandalon. Fossem paisagens tropicais, skandalon podia ser uma simples casca de banana.

A palavra passou-se depois para a Bíblia latina, a Vulgata, onde se encontra, em várias passagens, a palavra scandalum. O sentido moderno de "escândalo" evoluiu, e não é mais só a causa de uma queda; é também o seu efeito público. Por outro lado: se dissermos ser salutar evitar um escândalo, soaremos... óbvios.

Óbvio? Pois ÓBVIO é - na raiz - precisamente isso, "o obstáculo evitado", já que é formação latina de ob-, "em direção a" + viam, "caminho", estrada", donde o "óbvio" ser um caminho livre, é claro! [Francês medieval SCANDALE, "causa de pecado" <>COM RELAÇÃO À SENSUALIDADE E VAIDADE...
Bom, na grande maioria das vezes, o piercing, a tatuagem, a maquiagem, a cirurgia plástica tem caráter puramente estético.
A sensualidade não está no piercing ou tatuagem que uma determinada pessoa possa estar usando, independente do lugar, mas está na pessoa.

Existem pessoas tão "sem sal" que mesmo esta usando a roupa mais decotada do mundo, um piercing do tamanho de um puxador de cortina, ela continua "apagada". De contra partida, existem mulheres e homens, que independente de acessórios, chamam a atenção para si quase que naturalmente.
Dentro de nosso contexto evangelical, acho que o melhor a se pensar é o porquê de você querer usar um piercing ou uma tatuagem, independente de qualquer outra coisa.
Claro que as tatuagens que tenho e os piercings que coloquei estão ligados a não apenas meu estilo de vida, mas também a questões estéticas, o problema é deixar este lado tomar conta de você e te controlar.

Uma pessoa que não usa "nada", pode ser muito mais vaidoso que eu, por exemplo (este "nada" acima esta diretamente ligado ao fato de não ter nenhuma tatuagem ou piercing, mas usar um terno "Armani", uma Gravata “Louis Vuitton”, uma caneta “Mont Blanc”, Cuecas “Christian Dior” ou mesmo um relógio “Tag Heuer”).

Vaidade é tudo aquilo que toma o espaço de Deus em nossa vida, o vazio completado pelo vazio.

Alguém pode aparentar ser “a pessoa mais humilde de mundo”, e usar desta sua "humildade" para se alto promover, mostrando as demais que é mais humilde que elas (soberba). Estranho, né??? Mas, infelizmente, real.
Fiz esta ressalva, a fim de deixar claro o meu ponto de vista acerca da sensualidade.

Em um site “Gospel” (porque protestante e/ou evangelical não é e nunca será...), li certa vez que para cada piercing que uma determinada pessoa aplica, a mesma consequentemente "abre brechas" para um determinado demônio atuar em sua vida:

Nariz - significa “domínio”;
Sobrancelhas – “aprisionamento da mente”;
Orelhas “aprisionamento em áreas específicas”;
Umbigo – “males digestivos”;
Lábios – “domínio da fala”;
Genitais – “prostituição”.
Será que os cravos colocados em nosso salvador abriram brechas para demônios no momento da crucificação???

Isto é ridículo, patético e sem nenhuma base hermenêutica nem exegética. Nada disto é mencionado na bíblia.

Qual a fonte então??? Algum demônio disse, pois se está for à fonte, menos crédito devemos dar, pois é sabido de todos que ele é o "Pai da Mentira".
Entristece-me saber que a falta de sinceridade, de conhecimento teológico e em casos extremos, de caráter em alguns ministérios, faz com que mentiras sejam ensinadas a pessoas simples, única e simplesmente por medo de se perder o controle das mesmas que ali congregam ou de ser criticado por pessoas religiosas e cheias de si, mas com muito pouco de Deus...
...e o pior, comprova a carência de bíblia e a falta de sabedoria de muitos evangelicalistas.

PROIBIR É MAIS FÁCIL QUE ENSINAR...


Deus nos abençoe muito.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHAMPLIM, RUSSEL N. - Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. - Ed. Hagnus.
CHAMPLIM, RUSSEL N. - Enciclopédia da Bíblia Teologia e Filosofia - Vol. 6-S/Z - Ed. Hagnus.
BOYER, O.S. - Pequena Enciclopédia Bíblica. - Vida.
HARRISON, R.K. - Levítico - Introdução e Comentário - Ed. Mundo Cristão.
MACHO, ALEJANDRO DIEZ; BARTINA, SEBASTIÁN - Enciclopédia de la Bíblia - Vol. 6-Q/Z - Ed. Garriga.
YOUNG, BRAD H. - Comentário de Levítico - Bíblia de Estudo Plenitude.
Vários Teólogos - Comentário de Levítico - Bíblia de Estudo de Genebra.
BAGGIO, SANDRO – Material disponibilizado pela internet (pastor do Projeto 242 em São Paulo).
FAGURY, SAMUEL LIMA – Material disponibilizado pela internet
.
CRUZ, VLADMIR BARBEIRO DA – Material disponibilizado pela internet.
Textos encontrados em vários sites da Internet.

Rodrigo Joubert é proprietário do Studio “Toast Body Art”, em Belo Horizonte – MG.

Estudou Teologia no Seminário Teológico Evangélico do Brasil – STEB, com especialização em Grego pelo Departamento de Línguas Clássicas da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG e pastoreou a Igreja Batista Nova Aliança, em Nova Lima, Grande BH

Atualmente congrega da Comunidade Caverna de Adulão.